segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Verdade!

Comecei a escrever a história de NY em Julho, depois de ter sonhado com o primeiro capítulo.
Quando acordei estava transtornada, como se tivesse realmente sentido as emoções descritas. Obvio que tive de tornar o meu sonho muito mais promenorizado... mas a mensagem principal fez com que durante algum tempo eu tivesse uma vontade e uma imaginação que desconhecia em mim.

Foi fácil introduzir personagens baseadas em pessoas verdadeiras da minha vida, foi fácil dar sentido à história, mas começou a ser dificil quando o que eu sentia na realidade se observava no desenrolar...
Quando nos afastámos de vez, no fim de Julho, depois "da noite" em que mais sorri e suspirei, decidi que não ía escrever mais... Aliás, escrevi isso mesmo aqui no Blog. Fui de férias e voltei e não deu para continuar...
É lógico que eu queria que na história, pelo menos, nós ficassemos juntos, mas sabia que nem na história isso fazia sentido...

Voltei a escrever em Outubro... porque ele fêz anos e deverá ter despoletado em mim a necessidade de "vomitar" mais umas coisas, decidida a que teria de arranjar uma forma para não ficarmos juntos... Daí, ter introduzido mais uma pessoa da vida real... Aquele amigo especial com quem passei alguns bons momentos, que depressa saíu dum avião em NY, como o meu primeiro chefe e com quem teria tido uma espécie de relação.
Curiosamente, é nessa altura que "ele" me decide dizer que está com vontade de escrever a continuação do ponto em que eu ía na história. Quando éramos "unha com carne", falou-se dessa hipótese e eu, quase que implorei para que ele escrevesse... mas ele não o fez! Fê-lo quando achou que me devia baralhar o fim...
A parte escrita por ele, baralhou-me... porque assim, já não faria sentido não acabar a história sem ser ao lado dele... Mas, para mim, talvez por na realidade não ser assim, não fazia!

Confesso que demorei 3 meses a escrever os 2 últimos capitulos porque tive medo... Tive medo do final que ía dar. E tive medo, muito medo... porque pensava que ao acabar a história, qualquer elo de ligação que eu tivesse ainda para com ele, acabava no momento em que escrevesse "fim"!
A verdade é que não pensei no fim horas ou dias a fio... Tal como todas as outras partes, surgiu naturalmente... De repente, sem nenhuma ideia articulada. A ideia de ficarmos juntos, fazia sentido..Não sei bem porquê, mas fazia... Mas não podia ser tão fácil...

Agora... se eu achava que ía acabar tudo com o fim duma história patética... enganei-me! Muitas das coisas feitas, vividas, faladas, sorridas e presenciadas, voltaram à minha cabeça, às minhas memórias...
Não por sentimento, mas por saudade... por ter tido ali um amigo em que depositei tanto de mim, do que sou, do que quero, do que tenho medo... um amigo que me sabe ler em qualquer ponto, qualquer sorriso, qualquer lágrima!

E se há realmente almas gémeas, a minha é aquela!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Alma Gémea



'Whats a soulmate?
 Its like a best friend but more. Its the one person in the world who knows you better than anyone else. That someone who makes you a better person.
No, actually they dont make you a better person. You do that by yourself because they inspire you. A soulmate is someone you carry with you forever.
Its one person who knew you, accepted you and believed in you before anyone else did or when no one else would.
 And no matter what happens, youll always love them and nothing could ever change that.'



Se realmente é tudo isto e eu acredito ser ainda mais... Eu encontrei a minha! Só é pena, não me terem encontrado a mim....

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Sonho - The end...

Demorou quase um mês à sua saída do Hospital. Cada dia era uma luta, que por vezes acabava em vitória, mas noutros, acabava em lágrimas de dôr ou de depressão. A fisioterapia era lenta uma vez que os danos causados no pulmão e no baço atrasavam todo o processo.


Eu tinha me despedido do hotel... Não queria deixar de estar ao seu lado e neste momento isso era tudo o que me importava... vê-lo voltar à normalidade. O Sr.Park tentou demover-me da ideia, oferecendo a hipótese de licença sem vencimento, mas a verdade é que não queria ficar com esse peso na consciência. Ele estava de baixa, lógico e quando pudesse voltar ao trabalho, eu tentaria voltar para o hotel... Se não conseguisse, havia milhares de hóteis em NY...

Estava recostada no cadeirão do quarto de hospital quando começou a amanhecer... Era dia 1 de Dezembro. O gelo estava espalhado por toda a cidade, bem como as decorações de Natal. Sentia falta da minha mãe, do meu pai, dos meus sobrinhos... Tinha bilhete de avião marcado para dia 20 de Dezembro, chegaria no dia de anos do meu sobrinho! Mas, a verdade é que não sabia se poderia ir, não sabiamos se ele podía viajar e como era lógico, não iria deixá-lo sozinho nunca. Se assim fosse, seria o nosso primeiro Natal juntos.. a todos os níveis!
A enfermeira entrou no quarto para acordá-lo, para poder tomar o pequeno-almoço e seguir para a dose diária de tratamentos.
"Deixe estar que hoje eu acordo-o..." - pedi eu sorrindo...

Dirigi-me à sua cama, e admirei-o... era lindo, mesmo com um ar ligeiramente frágil... Mesmo com o cabelo gigante e desgrenhado, deixando todos os seus caracóis definidos e soltos... Mesmo com uma barba mal aparada e cuidada, continuava com um ar distinto e sedutor. O meu dedo indicador passou ao de leve nos seus lábios, pela sua cicatriz no queixo e pela sua maçã de adão... Inclinei-me e beijei-o subtilmente. Passei-lhe a mão pelos cabelos e sussurei-lhe ao ouvido "Bom dia principe..."
Abriu os olhos devagar e assim que olhou para mim sorriu... como se fosse uma criança de 3 anos a sorrir com mimo e ternura para os pais. Sorri e comovi-me... como me comovia diariamente quando o via acordar.
"Bom dia..."
"Como te sentes hoje?"
"Tenho algumas dores... mas estou bem! Nada que não se tolere... Dormiste alguma coisa?"
"Sim... dormi! Descansei, pelo menos..."
"Tens de pensar em ti... eu já estou bem..."
"Temos é de pensar no nosso Natal..." - disse eu em tom de mimo.

A meio da tarde, o Dr. Xopka veio falar comigo para me dizer como estava a situação clinica dele.
"Vamos dar-lhe alta amanhã. Apesar disso, terá de vir ao hospital todos os dias para a fisioterapia. Terá de ter muito cuidado, uma lesão no pulmão não é para ser levada de animo leve. Não deverá cansar-se em demasia, não deverá ser exposto a sitios com muita poluição ou com ares condicionados muito fortes."
"Nós gostaríamos de ir a casa passar o Natal, acha que é possível?"
"Infelizmente não... A pressão do ar poderá criar complicações no pulmão. O vôo é também demasiado longo."
"Compreendo..." - não pude esconder a minha tristeza... Não via a minha familia desde Agosto e queria poder vê-los, em especial no Natal. Claro que o passaría bem, junto ao homem dos meus sonhos....

Ao sair do hospital, ele vinha com uma bengala, visto não poder usar canadianas. Assim, foi-lhe posto gesso no pé de forma a que pudesse andar, desde que apoiado pelo braço direito numa bengala.
"Ficarás bem quando fores velhote..." - brinquei eu.
"Claro... mas havia dúvidas? Eu ficarei bem de qualquer forma..." - Agarrei-o e beijámo-nos... um beijo longo, forte e sentido... - "Hey...olha que não me posso cansar... Não me faças correr o risco de teres tu de fazer tudo em casa!" começámos os dois a rir enquanto esperávamos pelo táxi.
Estar na rua, de mão dada com ele era qualquer coisa de inexplicável. Era algo com que sempre tinha sonhado, mas que nunca tinha vivido...
Ficámos em casa dele até tudo ficar mais restablecido. Aí voltaria para a minha pensão.

Tudo corrieu normalmente nos dias seguintes, eramos um casal feliz mas reservado... ambos sabíamos que havia um passado longínquo a ser esclarecido e um passado recente a ser resolvido...
Era de noite, já tinhamos jantado e ele estava no sofá, a ver televisão, quando me aproximei com uma chavena de chá... chovia torrencialmente e fazia muito frio. Quando passei por ele, dei-lhe um beijo no pescoço e não obtive qualquer reacção:
"Que tens? Passa-se alguma coisa?"
"Catarina... quem era aquele homem com quem estavas a jantar na noite do acidente?"
Não consegui disfarçar que aquela pergunta me tinha caído como uma bomba... gaguejei... "Então... hum... era um amigo meu que tinha vindo a NY passar uns dias!"
"Um amigo teu que te agarra pelo pescoço para te cumprimentar quando chegas ao restaurante?"
"Não estou a perceber onde queres chegar..."
"Diz-me que aqueles dias que não foste trabalhar não foram para estar com esse tal amigo.. diz-me que ele estava cá e só se juntaram para jantar..."
"Não... eu não estive de férias para estar com ele de propósito,mas sim.. ele esteve cá esses dias para estar comigo... "
"Porque é que não me atendeste o telemovel quando te liguei naquela noite? Nem mesmo depois da mensagem que te deixei...onde certamente se deve ter ouvido o meu atropelamento?"
"Eu perdi o telemovel... Não te contei porque havia coisas mais importantes do que dizer-te que na manhã em que fui para o hospital deixei a mala no metro. Mas.. não entendo o que se passa. Realmente, desde que estou contigo que tu estás sempre distante.. pensei ser ainda do choque do acidente, embora não possa negar que me magoe eu ter estado sempre aqui contigo e só quando acordavas é que sorrias genuinamente comigo!"
"Catarina.. eu não quero caridade. Não quero que estejas comigo porque tive um acidente e porque estive em coma. Isto tudo é um erro.. Nunca ouviste a minha mensagem, de certeza?"
"Não... já te disse que não.. Mas porquê tanta importância na porcaria duma mensagem?"
"Isto nunca vai funcionar.. Desculpa mas... eu não te amo Catarina. Obrigado por tudo o que fizeste por mim nestes dias, mas... não dá! Não aguento... Não vai ser possível... Naquela noite eu segui-te porque era isto que te queria dizer... Que não dá! É melhor cada um seguir a sua vida..."

Não consegui chorar, não consegui gritar.. simplesmente congelei durante escassos segundos. Levantei-me, enfiei as poucas coisas minhas que estavam em casa dele num saco preto do lixo e ele nunca deixou de fixar a televisão... Nunca voltou a olhar para mim. Quando me aproximei da porta da rua disse-lhe:
"Tenho muita pena... nunca fiz isto por caridade e pensei que finalmente íamos ficar juntos. Nunca te disse, mas ao longo da minha vida, sempre achei que era contigo que ía ficar. Na noite do acidente percebi que te amo e que te vou sempre amar... e percebi isso quando jantava com o meu amigo." - ele fechou os olhos e eu fechei a porta!
Dois dias depois, apanhei o avião para casa e nunca mais voltei a NY... nem a saber dele.

* * * * * * * * *

Era dia 7 de Setembro, estava um sol radiante e um calor forte mas tolerável. A Joana e o Diogo, amigos do tempo de faculdade, íam finalmente casar. Este casal tinha se tornado num dos meus melhores amigos já no fim do curso. Eu estava a trabalhar em Portugal, finalmente no meu negócio. Juntei-me com o meu pai e com a minha amiga e colega de curso Maria e abrimos uma empresa de Eventos como sempre quiseramos. Finalmente eu era uma pequena empresária. Tinham passado quase 3 anos desde a minha vinda de NY. Nunca mais voltei, nunca mais soube dele.
Continuei a falar com Pilar, que já me tinha vindo visitar a Lisboa 2 vezes. Da primeira vez, passámos uma noite inteira a falar do que se passara entre mim e ele. Pedi a Pilar que nunca me dissesse nada sobre ele... se continuava no Hotel, se não continuava... Durante várias vezes Pilar tentou falar comigo sobre o assunto, dizendo que a policia tinha encontrado o meu telemovel e carteira. Tentou enviar-me o telemovel por correio, dizendo que eu talvez devesse ouvir a tal mensagem que ele tanto falara na noite em que nos separámos. Mas eu nunca quis... Sofri demasiado quando voltei a Portugal e só queria duma vez por todas encerrar aquela história.

Mas hoje era dia de festa e eu ía estar com muitos amigos dos velhos tempos.. Rute, Ruca, Maria e David, Marta! Íamos estar juntos no casamento da Joana e do Diogo, uma festa aguardada e ansiada por todos nós.
Eu estava bem morena denunciando que as férias tinham sido óptimas. Vesti um vestido pérola com florões azuis forte, conciliado com sapatos de salto alto e klutch do mesmo tom das flores. Cabelo esticado, pérolas e óculos de sol.
Compus o colarinho ao Duarte, meu acompanhante. Também estava moreno do sol, mas o tom era mais claro.. Dourado, com o cabelo côr de avelã e pequenas mechas côr de mel. Beijei-o e disse-lhe "És o par mais lindo que poderia ter..." - ele sorriu-me e deu-me a mão.

A Joana estava radiante, transpirando felicidade por todos os poros. O Diogo, não cabia em si de feliz, chorou ao ver a sua mulher entrar na igreja. De tenis All Star, procurou em mim companheirismo quando todos o gozavam por esse feito. Cumprimentou o Duarte com um aperto de mão e disse-lhe "Ahh ganda Duarte!".

O copo de àgua iria ser servido na praia e fora organizado por mim e pela Maria. Foi assim que conciliaram as vontades de ambos... O Diogo queria casar na praia e a Joana na igreja. Esta foi a forma que escolheram para que ambos ficassem com os seus desejos realizados naquele dia tão importante.
Quando estavamos à espera que a sessão fotográfica acabasse, sentei-me num dos sofás dispostos na praia, na zona de relaxamento e observei o Duarte... "Será que algum dia me vou casar? Será que algum dia vou ter um dia e um amor assim?" - nisto, um par de lágrimas caiu-me pela cara.. A Rute, a Maria e a Marta aproximaram-se de mim... Nada me disseram, sabiam que eu estava a pensar nele... sabiam que eu sabia que só me casaria com ele. Respeitaram o facto de eu nunca querer falar sobre ele e sentaram-se perto de mim... A Joana, divertida como sempre aproximou-se:
"Estou farta desta gente toda.. nem conheço metade! Alguém me dê um cigarro se faz favor..." - começámos todas a rir. "Catarina, precisamos de falar contigo" - disse a noiva, juntando-se às minhas amigas. - "Mau...o que é que se passa agora?"
"Boa tarde a todas..." - ouviu-se vindo de trás de mim... A Rute fechou os olhos, a Maria e a Joana ficaram de boca aberta e a Marta aproximou-se de mim sussurrando "calma babe..."! Quando me virei era ele... ELE! Era isto que me queriam dizer... que ele tinha sido convidado para o casamento e que só viria ao copo-de-àgua.

Sempre idealizei como seria quando o voltasse a vêr e sempre achei que seria um momento em que não me conseguiria conter, mas a verdade é que me portei lindamente. Levantei o nariz e aproximei-me dele, cumprimentando-o com 2 beijos - "Olá. Não te esperava ver por aqui... Estás com bom ar, fico contente. Diverte-te!" e desapareci...Acelarei o passo para a casa de banho mais próxima, seguida da Rute. Ao entrar, chorei... desalmadamente por breves minutos... Limpei por dentro e perguntei à Rute "E agora amiga... E agora?"
"Agora, pões o teu olhar 53 e vais lá para fora, orgulhar-te por ele ir comer o teu catering.... Tens de ser forte!"
"E o Duarte?"
"Isso é que vai ser mais complicado...."

Tentei fugir subtilmente durante todo o cocktail de abertura dele e na altura de nos sentarmos, foi inevitável que ele se sentasse na nossa mesa. Logicamente, ele não conhecia mais ninguém. Foi sozinho e passou todo o almoço a olhar para o Duarte. Tentei disfarçar, mas ele conhecia-me... Melhor que as melhores amigas todas juntas, tal como estavam naquela mesa. Ele sabia que eu estava tudo menos bem!

Aquilo era tudo o que eu sempre sonhara... A maioria dos meus amigos estava ali, faltavam alguns, é certo... Casamento na praia, felicidade... Eu e ele, sentados na mesma mesa.... Porque é que não conseguíamos estar juntos?!

No momento tipico das danças, vim com o Duarte para o espaço exterior... Há muito tempo que não fumava um cigarro, mas naquele dia, precisava dum... ou dum maço! Comprei um maço e estava encostada a fumar quando ele se aproximou de mim, pondo-se atrás de mim, podendo sentir o seu cheiro, o seu respirar...
"O Duarte é bonito..."
"Sim... obrigada!"
"Tem o teu sorriso... Não sabia que tinhas sido mãe! Foi uma surpresa..."
"Da mesma maneira que é uma surpresa ver-te aqui..."
"Que idade é que ele tem?"
"Fez em Julho 2 anos..."
"Tens aqui o teu telemovel que perdeste na manhã do acidente."
"O que te faz pensar que eu quero ouvir a mensagem ao fim de quase 3 anos?"
"Porque chamaste Duarte ao teu filho?"
"Será que vamos falar ou só vamos fazer perguntas soltas um ao outro?" - Sorrimos os dois... triste e cumplicemente.
"Chama-se Duarte porque eu queria que ele tivesse um nome do pai.... O Duarte é teu filho..." - aquilo saiu-me sem eu pensar, sem qualquer plano, sem qualquer ideia... Saíu!
"Eu sei.... olha os olhos dele... são iguais aos meus!" - enrolou o seu braço na minha cintura, puxando-me para ele, sem nunca nos olharmos de frente.
"Porque me mandaste embora naquela noite? Porque estás aqui agora?"
"Ouve a minha mensagem... por favor... vais entender! Eu pensava que era somente caridade por causa do acidente e pensei que não me amavas, pensei que estavas com o outro..."
"E se me dissesses o que está na mensagem? Não quero ouvir-te a ser atropelado..."
"O que está na mensagem sou eu a dizer que te amo... E quero ficar contigo!"

Sorri e fechei os olhos... uma lágrima caiu-me pela cara morrendo nos nossos lábios, quando ele me virou e beijou. O Duarte aproximou-se, exclamando: "Mamã.. é ete o papá?" - ele, baixou-se e com os olhos repletos de lágrimas respondeu-lhe "Sim filho.. eu sou o papá!"


....Fim....


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Sonho - XIV


Levantei-me do chão e num movimento automático calcei uns ténis e peguei no meu sobretudo.
Era domingo de manhã, dia 8 de Novembro... Mesmo ao domingo, NY não parava, havia sempre pessoas que corriam dum lado para o outro.

Entrei no metro e não conseguia parar de chorar e de tremer... Tinha a maquilhagem borrada  e o cabelo desgrenhado, fazendo com que as pessoas se afastassem de mim... Certamente pensariam que eu era uma drogada a ressacar. Uma senhora já com alguma idade aproximou-se de mim: "Sente-se... vai sentir-se melhor." agradeci sorrindo muito ligeiramente no meio das minhas lágrimas.
Enconstei a cabeça ao vidro e comecei a ser inundada com imagens dele a sorrir... parecia que me telepaticamente me pedia que me acalmasse.
Não me conseguia perdoar por não ter lutado por ele, não conseguia deixar de pensar que não o devia ter deixado sozinho estes dias... Porque é que só tinha percebido que o amava agora?! Ao fim de tantos anos, sem entender se era paixão ou mesmo obsessão, porque é que eu só tinha chegado à conclusão que tanto procurei na noite em que ele fora atropelado?!
Outra pergunta que me inundava a cabeça era o que ele estaria a fazer ali, naquele lugar e naquele momento...
Perdida em lágrimas, dor e perguntas, reparei que já estava na estação do hospital, com as portas quase a fecharem... Saltei do banco e corri... corri pelas escadas da estação acima, quase a desfalecer com a falta de fôlego e com a dor de quem não está habituada a correr.

Entrei no hospital em passos largos e dirigi-me à recepção... As lágrimas eram cada vez mais... Balbuciei o nome dele, enquanto comecei a sentir as pernas a enfraquecer, cada vez mais.... "Sente-se bem? Quer uma àgua?" - perguntava a recepcionista. Eu repetia incasavelmente o nome dele, juntando agora "é português"! Quando finalmente a recepcionista entendeu e me pediu a minha identificação, vi que tinha deixado a mala no metro... Com chaves de casa, telemovel e a carteira. Naquele momento, nem pensei nos problemas que isso me iria trazer... eu só queria vê-lo olhar e sorrir para mim, com uns pequenos arranhões na cara. Com sorte, uma vez que quando saía à noite nunca levava os documentos comigo, a não ser cópias, sei que tinha uma nota de 20 dólares no bolso do casaco, bem como uma cópia da carta de condução e do passaporte. A experiência tinha-me feito andar sempre com 2 cópias, uma na mala e outra no bolso do casaco ou calças, bem como, andar com o dinheiro repartido e só em excepções, levar o cartão multibanco.

Depois de preencher o formulário, a simpática rapariga pediu-me que aguardasse que algum médico já viria falar comigo. As minhas pernas tremiam cada vez mais e uma nausea forte invidia-me, começando a querer fazer com que eu perdesse os sentidos. A imagem dele a sorrir na minha mente voltou a aparecer, ajudando-me a restablecer.
Não sei quanto tempo esperei, mas pareceu-me uma eternidade até o Dr. Xopka dirigir-se à sala de espera e chamar alto "Catáriná Gonzalez" - nunca eu iria ouvir o meu nome ser bem pronunciado... Todos me deveriam achar latina atendendo ao apelido que me davam.
Era um médico indiano, bem formado, na casa dos 50 anos, vestido em "papel" azul, com touca na cabeça e máscara no queixo.
"Doutor..." - eu mal conseguia falar, o choro compulsivo impedia-me de raciocinar.
"Por favor, acalme-se... Terá de me ouvir com atenção" - automaticamente, algo em mim me fez acalmar e conseguir ser minimamente racional. - "Desde o momento em que foi socorrido até entrar no hospital, este homem gritou incansavelmente por si. Não sei como conseguiu dar o seu contacto à enfermeira uma vez que estava em choque. O seu amigo sofreu um atropelamento forte por volta das 23 horas e segundo as testemunhas, ele fora o culpado porque falava ao telefone quando atravessou a estrada. O embate foi muito forte, fazendo com que haja fracturas multiplas pelo corpo, desde algumas costelas, ao ante-braço esquerdo e ao pé esquerdo."
"Parece que ele vai ficar quieto por umas semanas" - sorri de alivio por ouvir que era somente fracturas osseas!
"Infelizmente, não sabemos quanto tempo o seu amigo ficará imóvel..."
"Perdão? Não estou a perceber..."
"As costelas ao serem partidas perfuraram um pulmão e tivémos de operar de urgência. Ao abrirmos o peito reparámos que com o embate o baço sofreu uma hemorragia... Houve uma paragem cardíaca durante a operação devido à grande quantidade de sangue perdida e ao impacto da batida no carro. Felizmente, o coração voltou a bater mas.. o seu amigo entrou em coma e não sabemos como irão ser as próximas horas. Poderá ser um processo da operação e das transfusões como poderá ser algo prolongado. Lamento..."

A maior que já tinha sentido em toda a minha vida, foi naquele momento... As minhas pernas deixaram de tremer, deixei de sentir todo o corpo... A náusea aumentou fazendo com que vomitasse tudo naquele momento. Caí redonda no chão, ouvindo o Dr. Xopka muito ao longe chamar auxilio para me socorrer. Quando voltei a mim, estava numa maca com uma manta nos ombros e um liquido altamente doce, cor de rosa, num copo na mão.
"Sente-se melhor?! Não se preocupe... foi o efeito do choque, a menina está bem..."
"Quero vê-lo... quero ir para junto dele..." - balbuciei, meio em inglês, meio em português... Já não conseguia ter força para falar em inglês na totalidade.
"Neste momento ele está no recobro porque acabámos a operação há poucos momentos... terá de aguardar até à sua transferência para um quarto individual. Vá para casa, relaxe e volte ao fim do dia."
"Não... só vou sair daqui depois de o ver... Não me interprete mal."
"Claro que não... pelo amor da nossa vida, fazemos tudo... eu compreendo" - como é que aquele homem que me conhecia há menos de uma hora podia saber que ele era o amor da minha vida?!

Sentei-me na sala da espera e pensei em ligar à Pilar... Mas o meu telemóvel tinha ficado na mala, no metro... Teria de esperar pelo dia de amanhã para ligar para o Hotel e explicar tudo o que se tinha passado.
Sorri sozinha quando no meio daquela dor agonizante que eu tinha dentro de mim, me lembrei do médico dizer que ele estivera todo o tempo a chamar por mim... Era algo que me fazia acreditar que era importante e que num momento de aflição, foi de mim que ele se lembrou.
Comecei a ficar incrivelmente cansada e com uma sensação de drogada ao fim de quase 4 horas de espera... Dirigi-me à recepção e disse-o à atenciosa rapariga que me tinha atendido. Ela explicara-me que me tinham dado um calmante e que era normal e que eu deveria aproveitar para dormir um pouco...
Voltei para a cadeira, encostei a cabeça na parede e enrosquei-me na manta que me deram... Adormeci!

"Catáriná Gonzalez" - gritaram na sala de espera, fazendo com que me levantasse de imediato.
"Sim, sou eu!"
"Acompanhe-me por favor."
Tinha dormido sensivelmente duas horas...sentia-me mais calma e racional. Chegámos à porta dum quarto e o Dr. Xopka esperáva-me no interior:
"Ele vai ser transferido agora... tenha força! Mesmo em coma, os pacientes sentem as nossas energias. Passe-lhe a melhor que tem!"

Em poucos minutos, vi-o entrar... numa cama articulada, entubado pelo nariz e pelo braço e mão direitos, monitores ligados... Senti as lágrimas quentes correrem-me pela cara mas não conseguia ter reacção, os pés estavam colados ao chão. Todos abandonaram o quarto e ele ali ficou... parecia um anjo a dormir... Lindo, calmo e sereno. Tinha um ligeiro corte na maçã do rosto esquerda. Quem o visse, nunca diria que tinha sofrido um acidente.. a cara estava intacta e ele parecia dormir profundamente, perdido nos seus sonhos de menino. Finalmente, consegui ir directa a ele e deixei-me cair de joelhos ao lado da sua cama... Chorei o resto da noite, agarrada à mão dele, no chão... no frio do sofrimento, no vazio da dôr e no silêncio do pânico.

Na manhã seguinte, liguei para o Hotel e expliquei ao Sr.Park tudo o que se passara. Pobre homem ficou aterrorizado, querendo ir de imediato ao hospital. Expliquei-lhe que a condição de saúde não permitia visitas a não ser minha. O Sr.Park disponibilizou-se em tudo o que fora possível, enviando uma hora mais tarde um cesto com comida, uma muda de roupa para mim e um livro. Aquele homem era atencioso como um pai...
Liguei à minha mãe e assim que a ouvi, chorei compulsivamente... como uma criança! Contei-lhe tudo... que ele estava em NY, que nos tinhamos envolvido e que agora... estavamos no hospital. A minha mãe estava boquiaberta com tudo o que ouvira naquela hora.

Voltei para junto dele... Dia 9 de Novembro, segunda feira... Segurei-lhe a mão e deixei a minha cabeça cair junto à sua cintura. Dormitei mais uns segundos, até ser interrompida por um médico e enfermeiros que foram verificar a sua condição física.
Quando voltei para junto dele, fiquei a admirá-lo... Mais uma vez lembrei-me das noites e madrugadas passadas no parque de estacionamento junto à casa dele em Portugal, quando ainda éramos uns míudos... Das vezes que passeámos o seu cão, das vezes que ele guiou o meu carro... Inevitavelmente, as lágrimas quentes caíram-me pela cara mais uma vez.

No final da tarde, Pilar foi ter comigo ao hospital. Quando a vi bater ao de leve na porta do quarto, corri para ela como as crianças correm para as mães quando estão desesperadas por se terem sentido perdidas.
"Como estás cariño?" - dizia ela repetidamente enquanto me limpava as lágrimas.
"Não é justo Pilar... Não é justo!"
"Yo se que no.... Pero... tienes que tener mucha fuerza"
"Eu só o quero ver abrir os olhos..."
"Estás numa lástima... vem até minha casa tomar um banho."
"Não.. quero estar aqui quando ele acordar..."
"Cariño... vem comigo a casa. Tomas um banho, empresto-te roupa e numa hora prometo que te trago de volta"

Fui a casa da Pilar e em 35 minutos, voltei para o hospital.

Era sexta feira 13, meu dia de anos... Desde segunda feira e a minha ida a casa de Pilar, nunca mais saí do hospital. As enfermeiras mostraram-me que havia um pequeno balneário para pessoas que estavam no hospital a acompanhar outras. Desde segunda feira que não derramava uma lágrima ao seu lado. Falava muito com ele, ria e ouvíamos musica... Relembrei em voz alta muitos dos nossos momentos,sempre sem lhe largar a mão. Mas, naquele dia era diferente... era o meu dia de anos e a força começava a escassear...
"Por favor... dá-me um sinal... é o meu dia de anos... Por favor...!" - não me consegui controlar e comecei a chorar deixando a minha cabeça tombar sobre o seu corpo mais uma vez.

Comecei a sentir muito tenuamente a sua mão a tentar apertar a minha... Levantei a cabeça de rompante e falei mais alto - "estás aí meu amor?! Aperta-me..." e o aperto ligeiro voltou a ser notado...levantei-me sem nunca o largar. Carreguei no botão de alarme que chama os enfermeiros e continuei a falar para ele - "estás a dar-me os parabens é?" - e a mão ía sentindo cada vez mais o aperto que ía aumentado - "vais gozar comigo porque faço 31 anos?!" - os enfermeiros conseguiram ver este aperto... forte e sentido. - "Estou aqui paixão... e vou sempre ficar aqui!".... As minhas pernas tremiam e o meu sorriso era expressivo... "Amo-te.."!

Ele abriu os olhos....

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

1 ano



Fez no passado dia 18 um ano que estou solteira... Passou a correr, parece que ainda foi ontem...

A minha relação acabou, não por saturação ou falta de amor, mas sim porque era doentia e ambos percebemos isso aquando da minha vivência na Irlanda. Outro factor importante foi o facto de eu conseguir ganhar amor próprio nesses meses fora de casa... Algo que estava totalmente apagado em mim.

Descobri muita coisa neste ano de "solteirice"... Nomeadamente que demorei 24 anos a descobrir o "tal", o homem da minha vida... Mas em poucos meses descobri que não sou a mulher da vida dele...

Descobri que a amizade é efémera... E ao fim de 25 anos de existência, continuo a apanhar chapadões, que se fossem reais, partiam-me o nariz e faziam-me cair para trás totalmente desamparada!!

E o pior... descobri que é tão fácil levar um homem para a cama.... Que até dá pena, sinceramente!!
Aqui há uns dias, fui ao cinema com o meu pai e comentava eu no escurinho com ele, a propósito da personagem: "Credo...não pode ver uma mulher a dar atenção, já não sabe o que fazer!" - e esta minha frase fez com que tivesse das conversas mais divertidas com o meu pai... Onde ele além de me ter dado razão, deu-me algumas dicas para perceber a "parvoíce" tipica de quem bloqueia o cérebro a ouvir falar de sexo oral ou a ver um pouquinho mais de carne... HOMENS!!

Eu que nunca acreditei muito em mim e que tenho imensos complexos com o meu corpo (verdade se diga, que mesmo assim não faço muito para alterar...) posso dizer que tive um ano de soltura engraçado e recheado de boas memórias! Algumas delas, bastou olhar e lançar um sorriso... Coisas tão faceis que dá pena... e não digo isto de forma pedante ou irónica, é realmente pena porque tudo podia ser tão mais aliciante....

O problema é que em todos os que passaram por aqui, eu tentava sempre encontrar algo que me lembrasse ou fizesse sentir que era outra pessoa que ali estava... Em todos os que ainda hoje aparecem, eu procuro coisas que são íntresecas a outra pessoa! Só há poucos dias é que consegui perceber isso....

Eu continuo solteira porque todos não passam de objectos... O verdadeiro amor... esse, já apareceu, simplesmente, perdeu-se pelo caminho!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2010 vs 2011

Pensei muito para escrever este texto... e sinceramente, nem sei como é que vai sair! Nas duas últimas semanas do ano comecei a juntar ideias de 2010 que gostaria de tornar relevantes, mas a verdade é que o meu cérebro era tão depressa inundado com momentos que se tornava impossível escrever! Era demasiado rápido para conseguir acompanhar...

Tentei também juntar todos os momentos numa foto... mas foi totalmente caótico... escolher momentos... Optei assim por escolher os mais importantes, mas sei que há muitos que ficaram de fora.

Posso dizer que este foi o ano da minha vida... Pela primeira vez fui eu e só eu contra tudo e contra todos. Pela primeira vez na minha vida, dependi de mim, das minhas vontades e contra-vontades, dos meus desejos e dos meus sonhos. Vivi à minha imagem, escolhi sozinha, mas sorri e chorei sempre acompanhada.

Fui a concertos e nesses dancei, chorei, pulei e sorri... Num determinado festival de Verão, tive uma das piores e melhores noites da minha vida! Assim, partilho que este ano vi ao vivo:
- Snow Patrol, Muse, U2, Prince, Empire of the Sun, The Phenomenal Handclap Band e 30 Seconds to Mars. Todos especiais, todos únicos, impossível escolher um, mas... U2 é U2 e todo o significado que tem para mim!

Saí à noite, chegando a casa de manhã... foi um verão longo, em que o "festival" começava às quartas feiras e acabava ao domingo. Bairro Alto, esse grande companheiro de noites quentes e que se falasse, haveria de ter muito a contar.

Fiz quase 30000 kms com o meu carro... tudo num ano! Só daí, consigo entender o quanto andei por aí, por aqui...

Fui cosmopolita... Passei férias em hoteis de 4 estrelas no Algarve, sem pagar um tostão... Jantei em restaurantes de moda, pagando "preço de amigo" ou preço de Lisbon Restaurant Week! Entrei em discotecas em que era escolhida no meio de filas longas porque a presença já era assídua!

Perdi as duas amigas que julgava serem eternas.... A que partilhou grande parte da minha vida ao meu lado e a que partilhou casa comigo na Irlanda!

Ganhei as melhores amigas de SEMPRE e reaproximei-me do grupo de amigos que afinal sempre esteve aqui para mim... eu é que não sabia!

Criei amizades que ninguém acreditou, mas a verdade.. é que estamos juntos/as e somos amigos verdadeiros.

Reencontrei amigos de há 20 anos.

Vivi o terror de ter uma das melhores amigas com tuberculose e fui contra todos os canônes impostos, ao passar algumas tardes a seu lado.

Tive casos... um de alguns meses mas vários de uma só noite...

Vivi na realidade o que pensava ser uma fantasia tonta, com o homem que todas suspiravam e queriam...

Apaixonei-me pelo homem mais improvável de todos, com quem vivi, talvez, a mais bonita história de amor que algum dia viverei...

Finalmente, os meus pais divorciaram-se e seguiram a sua vida.

Tive as minhas amigas erasmus em Lisboa para celebrar os meus anos.

Percebi que tenho muito mais valor do que achava ter...

Muitas mais coisas eu aqui poderia escrever, mas sinceramente... são demasiadas para conseguir ter ideias claras.... Prefiro deixar algumas coisas directas para algumas pessoas:

Marta - Entrámos na vida de cada uma porque ambas precisávamos de alguém assim ao nosso lado. Vivemos tanta coisa junta, que é dificil escolher um momento, mas.. o dia de praia em Troia para mim foi muito especial. És e serás sempre a minha estrela.

Inês - Obrigada por nunca teres desistido de mim...Se existisse prémio de melhor amiga, tu serias a vencedora! Nunca me viraste as costas e nunca me julgaste... e já lá vão 10 anos! De sempre e para sempre MIFA!

BFF - Nós fomos uma surpresa para muita gente, talvez até para nós próprias, mas... BFF's aqui estão e aqui ficarão. O nosso verão foi todo uma aventura... acabo sempre a rir quando me lembro, mas... há 2 momentos que têm de ser falados: A festa da Assembleia e os "camones" no Bairro! Obrigada pelo aumento de auto estima constante.

Rute - Contigo... Ontem, hoje e amanhã... Na saúde e na doença, na amizade e companheirismo! O facto de me conheceres melhor que ninguém, só de olhar para mim faz de ti o meu porto de abrigo! Tu és especial e única.

Joana - Mais uma surpresa... Quando todos achavam que eras uma "menina" tonta, eu vi o quão boa amiga és! Obrigada pela oportunidade. Quero-te aqui ao meu lado sempre Joana Rita!

Ruca - Se há melhores amigos, tu és um deles e sabes disso. Sabes que te adoro e que quero contar sempre contigo, como tenho feito até agora!

Diogo, Maria, Renata, Pedro, Nica... Há pessoas que dão côr à nossa vida e vocês este ano deram muita à minha!

Hugo - Foste provavelmente a causa de hoje eu ser assim e acreditar em mim. Apesar de tudo, não te tenho rancôr e é impossível não deixar um ligeiro sorriso sair quando me lembro de ti e de tudo o que vivemos juntos.

Foi em 2010 que me descobri e conheci inteiramente... a todos os aqui referidos e a todos os que não referi mas que foram importantes, OBRIGADA pela ajuda que me deram neste processo.

Tanto haveria mais a dizer... mas... as minhas memórias jamais se apagarão!

Que venha 2011... eu estou pronta para mais um belo ano!