quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Keep on SMILING!!

A vida é uma linda, fantástica, sexy, culta, cativante, simpática, sorridente, carnal, cosmopolita, social, divertida, fashion e inesperada... AVENTURA!!

E hoje, foi a primeira vez que passei o dia a pensar nessa aventura e de sorriso na cara... Da outra vez, o efeito foi diferente...


Será que estou finalmente a abrir-me e a deixar-me ir, mesmo sabendo que posso nem ter nada?!

Só o facto de pensar noutra coisa, já me deixa tão feliz... E é uma bela prenda de Natal antecipada!

Probably... I'm ready to fall in love again... FINALLY!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O ano de 2010...

Nas 12 badaladas de 2010, ao comer as passas e a pedir os desejos para este ano.. Nunca eu pensei que pudesse ser tão feliz como fui!

2010, até agora é O ANO da minha vida...


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

The End...


Perdi.. TUDO!

Perdi-te... e talvez nunca me perdoe disso... Durante algum tempo achei que tinha feito tudo, mas quando se ama, tudo é inatingível, tudo é pouco... Nada é tudo, a não ser a confusão de sensações que temos dentro de nós!

Talvez não tenha feito tudo... talvez não tenha lutado o suficiente... talvez não tenha lutado da forma certa... Tantos "se" e "talvez" na minha cabeça.

És a única pessoa que conseguiu tanto de mim... Mas isso não vou repetir neste blog! A verdade é que acho que chorei muito pouco por ti ou por tua causa e isso assusta-me... ter maioritariamente boas recordações tuas. Isso não ajuda a esquecer, não ajuda a deixar outros entrarem como pessoas e não como objectos.

Hoje perguntaram-me "tens falado com ele?" - "Falei hoje... pensei todo o dia nele e nem sei bem porquê...!" - "Pois.. está estampado na tua cara..."
A minha melhor amiga, fala comigo todos os dias, está comigo quase diariamente... e não me lembro há quanto ela não me fazia esta pergunta... É porque se calhar, fica mesmo na minha cara.

Segui a minha vida... E num espaço de 4 meses vinguei-me dos restantes 6 em que andei cega! Abri os olhos, mas nunca abri o coração... Achei que te ter ainda aqui dentro fazia com que alguma réstia de esperança de que voltaríamos a ser como fomos continuasse activa.

Beijei outras bocas, toquei noutros corpos, bebi outros desejos, mas... era sempre a tua cara que pairava na minha cabeça... O teu sorriso, a maneira como me olhavas quando passávamos tardes juntos a ver o pôr do sol, a maneira como me agarravas, como me tocavas.. ainda que ao de leve!

Depois de ter estado com o homem com que todas queriam estar e das amigas próximas dizerem "Catarina... depois disto deixa de pensar nele... Tiveste a prova de que podes ter o mundo..." - Tudo seria verdade, se o meu mundo não fosses tu... TU!

Continuei a acreditar que o destino nos voltara a juntar por algum motivo...mas que se calhar, agora não era o momento, mas talvez no futuro... "Talvez", mais uma vez!

Lembro-me da ultima conversa longa que tivémos ao telefone até às 8h, em Setembro... Ao fim de não nos vermos há uns meses! Aquela conversa em que esclarecemos tudo e em que repetiste "se a minha vida não fosse assim, quem sabe..." e eu sempre a tentar mostrar que para mim, já era indiferente... Sabes o que me irrita?! Saber que me conheces melhor que ninguém e por isso mesmo, saber que tu sabes que eu estava a mentir... Saber que tu sabes que eu continuo aqui... a ver a vida a passar à minha frente, com um medo brutal de ter de me cruzar contigo algum dia e de sentir o meu estomâgo subir à boca e o meu coração descer ao chão!

Mas hoje, finalmente vi... Que não vale a pena continuar a acreditar que "talvez um dia..."! Vi o que tinha de ver, li o que tinha de ler... e confirmei o que todos me diziam "ele não quer saber de ti, ele não gosta de ti e ele anda a brincar com os teus sentimentos".

Continuam a haver várias perguntas na minha cabeça que nunca foram feitas, mas... também não o vão ser mais... eu vou acabar por esquecer!

Desisto... e doi mais desistir do que se ama do que daquilo que se quer... Não desisto por ser fraca, desisto sim por não ter mais forças para continuar a sofrer!

Espero sinceramente que sejas muito feliz, eu farei para que eu seja... Sei que te lembrarás de mim algures no teu futuro, com alguma música, com algum cheiro, com algum pôr do sol.. sei que sim! Apesar de tudo, sei que não fui assim tão insignificante... Basta lembrar a maneira como os teus olhos côr de mel olhavam para mim às vezes! E sei que sabes que o meu sentimento por ti é algo forte, único e inexplicável... O que faz com que seja tão forte e intenso.

Vou deixar de acordar a pensar em ti, de adormecer a pensar em ti... Continuo a acreditar que és o encaixe perfeito do meu coração, mas é demasiado frio e doloroso não te ter aqui.

Agora sim, não te voltarei a procurar... Falarei-te sempre, como é óbvio, mas se fores tu algum dia a tomar a iniciativa... A partir de hoje, não vou cair na tentação de te ver online algures ou de te enviar mensagem... ACABOU!! Doi muito, mas tenho de te ver partir duma vez por todas da minha vida.

Se alguma vez te questionaste se te amei, se te amo... Sim Hugo... Amei-te, amo-te e sei que te amarei... Não eternamente, mas... durante o tempo necessário até te esquecer um dia!!

Take care and enjoy your life!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Saudades...

Tenho saudades...

Que me abracem.
Que os olhos de alguém brilhem quando eu entro na sala.
Que o sorriso seja inevitável quando chego.
Que me mandem uma mensagem de bom dia.
Que me mandem uma mensagem de boa noite.
Que uma música o faça lembrar de mim.
Que partilhem comigo que ouviram uma música que fez com que se lembrassem de mim.
Que me olhem com atenção quando falo.
Que valorizem a minha opinião mesmo que discordem da mesma.
Que o meu sorriso seja a causa daquele sorriso.
Que as minhas gargalhadas sejam o motivo para a felicidade de alguém.
Que me afaguem enquanto durmo.
Que me beijem ao de leve enquanto adormeço.
Que me mimem quando acordo.
Que dancem comigo.
Que me beijem com sentimento.
Que me olhem e me digam tudo através desse olhar.
De ter alguém cumplice.
Que essa cumplicidade seja plena, em qualquer canto da sala.
Que tenham orgulho em mim.
Que nem que seja por momentos, de ser a raínha.
Que me levem a ver o pôr do sol.
Que me surpreendam.

Tenho saudades... de algumas pessoas, de alguns momentos, de algumas tardes, de algumas noites...

Saudades... essa palavra unicamente portuguesa... essa palavra tão... MINHA!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Amor

Como é possível amar sozinha?!

Amar sem ser construído a 2?!

Amar em vão?!

Amar só porque por momentos fomos raínhas?!

O amor na cabeça duma mulher pode ser algo estranho...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coisas engraçadas..

Depois de tantos anos num determinado registo... O que fazer quando uma pessoa mais nova (bem MAIS nova) te dá tudo aquilo que mais queres neste momento da tua vida?!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

...

Vais ser sempre tão especial dentro de mim...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais uma vez o Destino!

Quanto mais eu ainda penso e me lembro, mais provas o destino me vai pondo à frente de que devo "borrifar-me" por completo nas pessoas que não valem NADA!

Ontem... Mais uma... adoro reencontros ao fim de alguns meses que acabam assim... De forma inesperada, única e envolvente...

Há males que vêm tão por bem...!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Errei... outra vez!

Fui contra tudo e todos... gerei discussões, gerei suspiros... porque acreditava em ti! Em tudo o que me deste e fizeste sentir... e para quê?!

Para ser mentira... e os outros terem razão!

Nunca passaste de tudo aquilo que eu ouvi dizer... todos me diziam "ele não presta.... ele não presta! Tu mereces muito melhor!" - Não houve NINGUÉM que dissesse o contrário... e eu, não quis ver o que todos viam...

Não prestas... és hórrivel e mentiste... Se depender de mim, nunca mais me verás sorrir para ti! Porque mesmo estando curada, no meu dia de anos, fizeste-me chorar.. e isso, não posso permitir! Não me mereces, nem às minhas lágrimas...

E ao meu sorriso.. esse então, muito menos!

sábado, 6 de novembro de 2010

Voltar ao passado!!


Tenho de voltar à cidade que me tira a respiração... Por ser linda, por me fazer feliz e por me trazer tão boas recordações...

Provavelmente a cidade mais bonita do país... Simplesmente, adoro!!

Então e se fôr num fim de semana, contigo lá presente... a passear na ribeira.. Uii...

Fazes-me bem.. fazes-me feliz.. E podes sempre levar contigo o meu "sorrisinho maroto" para o Porto!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Poderá ser o ínicio de algo..?


"Então mas compraste a casa já restaurada ou foste tu que a restauraste?"
"Não, já estava assim.. alterei umas coisas na cozinha, no atelier, pus ar condicionado e pouco mais..."
"Hum... fixe! Está bem gira.... É surreal estar aqui..."
"Sim.. foi amor à primeira vista! Surreal?! Nada disso.. é mais do que natural... Era quase que inevitável!"
"Pois.. (sorrindo...) se calhar era mesmo óbvio que eu viria aqui parar.. Sabes, também quero alugar casa... é um dos planos principais até meio de 2011."
"E que zonas gostas?"
"Há 3 que gosto muito.. Aqui, Campo de Ourique ou Graça. Basicamente, quero um sítio onde possa ver a ponte e o rio."
"Então podes vir viver para aqui.. eu alugo-te um quartinho... Ou melhor... Dividimos o meu, que te parece?"
"Não serás um senhorio demasiado caro?!"
"Para ti, não..."

E o resto da conversa fica para nós recordarmos... Com um sorrisinho tonto na cara...

Mas quem sabe... se não foi a primeira conversa sobre o futuro das nossas vidas?! Só o tempo o dirá... Mas para já, está a ser um presente revigorante!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hoje flutuei...

Nada acontece por acaso... já aqui disse isso e volto a reforçar a ideia!

Ontem aconteceu finalmente, o que andava para acontecer desde o princípio de Setembro... desda aquela noite em que estivémos a conversar na internet até às 5h da manhã, enquanto eu tentava acabar o projecto... e ele ali, a apoiar e a dar ideias... e a ver até onde podia ir comigo.

Um convite para jantar, um convite para uma noite de conversa... Nunca dava certo... havia sempre um imprevisto qualquer, mas ontem... Não houve... finalmente!

Uma casa antiga, num bairro típico de Lisboa, restaurada e decorada com um bom gosto avassalador... Um garrafa de vinho tinto levada por mim, acompanhada de iguarias gourmet que estavam dentro do seu frigorífico...
Conversas... sobre o passado, o presente e o futuro... A apresentação a membros familiares via fotografia... As gargalhadas facéis de quem tem muito em comum... os pequenos toques intencionais, as festas no cabelo... tudo culminou numa noite única!

Se se voltará a repetir?! Não sei... deixei de me preocupar com esse tipo de coisas... Procuro cada vez mais viver o momento... Não deixar de fazer  que quero e tenho vontade... Privei-me toda a vida, até há 2, 3 meses atrás... Não vou voltar a fazê-lo!
Se quero que se repite.... (sorriso suspirado...)... se quero...oh, se quero! Ele tem estado a fazer-me tão bem e aparece sempre nos dias mais decisivos... Mesmo quando havia um imprevisto, a mensagem tocava sempre em momentos em que a minha cabeça estava perdida em margens erradas!

Se me sinto feliz?! Ui... consegui aquele que que tantas querem e suspiram... aquele que era inatingível para qualquer uma de nós... Mas que foi aquele que me achou piada a mim por olhar para ele de igual para igual, de lhe mostrar que o queria, mas sempre com o meu ar de superioridade (palavras dele...), por poder ter conversas interessantes comigo e por ser "uma mulher com cara de menina"...

A sensação de me afagarem enquanto vía o CSI... coisa absurda, estúpida e banal até, mas para mim... única!

Se ele tem tudo?! Na teoria,é completíssimo... Na práctica... vamos ver... ou não!

Mas mesmo que não vejamos, eu um dia vou poder contar à minha filha que a mãe fez algo que qualquer menina sonha... E isso enche-a de orgulho...!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ah pois é...!!

De sorriso parvo na cara... e congelado....

Toda a gente o deseja... mas fui eu que o conquistei... na na naaaa =D

Be careful with what you wish for... It could really happen... ;-)

Happy Happy Happy!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Há coisas que não se esquecem...

Há coisas que não se esquecem... Sejam positivas ou negativas... Sejam coisas que nos tenham feito sorrir ou chorar...

E eu... não consigo esquecer... O que sorri, o que chorei, o que idealizei, o que sonhei, o que desejei, o que acreditei e o pior... o quão desamparada fiquei quando desapareceste...

É lógico que fiquei contente com a reaproximação que tivémos e com o esclarecimento de factos passados, mas isso não faz com que eu volte a ser a mesma "tontinha" que fui há meia duzia de meses atrás... Para já, o meu sentimento mudou e depois foste tu que me puseste assim... fria, impenetrável, calculista e racional. Por mais que me tente aproximar e abrir, não consigo... Thanks a lot!!!

Se vamos poder ser amigos?! Não sei... Há uns meses atrás eras tu que não sabias... agora sou eu! Sinceramente... não sei! Continuo rancorosa... a lembrar-me de coisas más que passei e que não devia ter passado... a lembrar-me de como saíste da minha vida.. embora tenha perdoado e entenda.. não quer dizer que tenha esquecido! E não sei se quero voltar a depositar confiança em ti e ter-te como meu amigo para um dia tu desapareceres outra vez... Mereço muito mais do que isso.

Por isso te garanto... Não vais voltar a fazer igual, porque agora estou mais do que à prova de bala... Estou à prova de ti!

domingo, 31 de outubro de 2010

Stefano.

O post de hoje é totalmente diferente e inédito dos já antes aqui postados.
Hoje saí para celebrar o aniversário dum amigo e na discoteca onde fomos estava um rapaz que muito me lembrou o "meu" Stefano...
O meu meio belga, meio italiano que me trouxe de novo à vida e me pôs onde estou hoje!

Este míudo numa noite conseguiu mudar a minha vida... verdade seja dita!!

Conhecemo-nos numa noite em que se fizera um jantar para definir os planos para a viagem do "break" de Outono.. Eu nessa noite não fui ao jantar e nem sair queria ir.. Mas lá acabei por ir, sem feeling ou espírito.
Quando nos conhecemos, nunca mais nos largámos... Desde a conversa infindável, às parecenças, aos gostos em comum... até ao primeiro beijo, foi um instante.

Da boca deste míudo ouvi a melhor frase que me podiam ter dito naquela altura da minha vida quando o questionei porquê eu no meio de tantas erasmus... "Não Cata... a pergunta aqui é... porquê eu?!" - a minha reacção foi abraçá-lo e aninhar-me...

Conhecer a Irlanda sentada ao seu lado durante uma semana, depois daquela noite.. Os nossos olhares cúmplices, os nossos sorrisos, as nossas gargalhadas, as nossas "private jokes", a nossa vontade de sair a toda a hora, as vezes que cantámos em coro, que cantei para ele, que ele cantou para mim, as vezes que ele se sentava ao meu lado no pequeno almoço e me dava em beijo na testa quando se levantava quando ía buscar os nossos cafés... Pelas vezes em que ele chegava e gritava "Cata mia..." enquanto me sorria com aquele sorriso... As suspeitas dos que nos rodeavam, que depressa se tornaram em certezas... E, como não podia deixar de ser... as vezes que dançámos juntos... Ao desafio, agarrados, de testa e corpo colados... das vezes em que ele ficava parado na pista de dança a sorrir e a morder o lábio enquanto eu dançava e o desafiava.. Das vezes que ele se encostava a mim e me agarrava o cabelo para me virar e dançarmos... Daquela noite em que demos show em Belfast e acabámos a dançar "More than a woman" dos Bee Gees e que entrámos no quarto do Hostel duas horas depois dos outros... e começarem todos a gritar e mandarem almofadas e ele sempre sem me largar a mão..


Por isto tudo e muito mais... muito mais... Renasci... Voltei a sorrir... E a ter vontade de sorrir! Foi fácil regressar a Portugal e decidir que merecia muito mais do que tinha..e foi mesmo isso que fiz.

Pelo meu renascimento, pelas saudades de tudo o que vivi... Por ter vivido uma paixão tão bonita e intensa em Erasmus... Hoje este post é para ele.. para o meu Stef!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Smile!!

Há momentos em que me sinto tão orgulhosa de mim mesma... Raros, é certo... Não é muito habitual eu gostar de mim, do que faço e muito menos, sentir orgulho do que sou...

Reconheço que é uma atitude estupida... sim! Não sou mais nem menos que ninguém.. sou eu e eu certamente que tenho muito a dar ao mundo, da mesma maneira que tenho muito a receber do mundo também.

Mas há momentos em que me excedo... e orgulho-me de mim... do que faço... por mim, pelos outros... do que sou... para mim, para os outros... do que digo... a mim, aos outros... do que mostro... a mim, aos outros...

E hoje estou num desses momentos... orgulhosa de mim... =D

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sanidade Mental...

Sussurra-me ao ouvido... Enche-me o corpo de sensações e impulsos por te ouvir respirar ao meu lado...
Dança comigo na luz da lua... Envolve-me nos teus braços e abre uma mão nas minhas costas... faz-me sentir protegida.
Desvia-me o cabelo da cara e agarra-me o pescoço com a outra mão... olha-me nos olhos e sorri... eu vou sorrir também.
Faz-me sentir que a existência de estrelas no céu foi inspirada na minha existência... Ou pelo menos, faz-me acreditar que é isso que acreditas...
Diz-me que te deitas a pensar em mim e que quando acordas, é a minha imagem que te vem ao pensamento...
Diz-me que quando digo "não" tu sabes que é sim... que quando falo de forma mimada, é porque sabes que tenho sono.
Diz-me que me admiras pelo que sou..
Diz-me que adoras ver-me rir e que isso é grande contributo para seres feliz.
Diz-me que as minhas gargalhadas, embora altas, te enchem o coração.
Diz-me que a minha personalidade é tudo aquilo que tu sempre procuraste numa mulher...
Dá-me atenção quando falo...
Valoriza a minha opinião, mesmo que discordes dela.
Ajuda-me e motiva-me a vencer...
Aplaude-me quando vencer.
Ampara-me e limpa-me as lágrimas quando falhar.
Abraça-me... porque tens vontade, porque me faz sentir cheia de amor, porque me protege, porque sim...
Beija-me... de forma carinhosa, de forma suave, de forma doce, de forma carnal, de forma animal... mas beija-me!
Olha-me.. aqui, ali, de forma cumplice, de forma amiga, de forma tentadora.

Sê meu.. faz-me tua... Sejamos "nós"...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

...

Hoje só tenho a dizer...

ESTOU CANSADA DE BRINCAR COM OS MEUS PRÓPRIOS SENTIMENTOS...!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Sonho - XIII (my version....)

"Parece-me óptimo. Encontramo-nos então às 11.30 na porta do teu hotel e logo vemos o que fazer durante o dia." - era sexta-feira e era o terceiro dia do Rui comigo em Nova Iorque.
Percebi a sua desilusão no caminho do aeroporto para o centro da cidade quando lhe disse que lhe tinha arranjado uma reserva num hotel "fashion e sofisticado" perto duma das entradas do Central Park.

Era o terceiro dia dele comigo em NY e eu ainda não tinha conseguido abrir a minha boca sobre "ele"... sobre o que me estava a aptecer fazer.

Saí da minha pensão debaixo de uma chuva ligeira... O frio não era demasiado, mas fazia-me procurar conforto no meu sobretudo. Estavamos em Novembro, pouco faltava para o meu aniversário, mas pela primeira vez na vida não tinha qualquer vontade de celebrar. Precisava de entender o que se passava comigo e com "ele" e de perceber o que eu queria duma vez por todas.

Depois de me encontrar com o Rui, seguimos para um café que servia Brunch... Era disso que eu precisava, um pequeno-almoço forte e intenso, para compensar mais uma noite sem dormir....
Doía-me o facto "dele" não me procurar há dois dias... Tentou falar comigo mas à minha resposta seca, não houve luta, não houve persistência! Mais uma vez, acreditava que eu não significava nada para ele e que aquela noite não tinha passado de sexo.
Poderia perder tempo a tentar ler as suas atitudes meigas, carinhosas e atenciosas mas não me valeria de nada... Há 6 anos atrás, eu tinha precisamente me apaixonado por isso tudo... Pelos actos, pelos olhares confortantes, pelos toques de seda da sua pele, pelos silêncios mágicos, pelos sorrisos cúmplices, pelas conversas durante a tarde, a noite... Mas a verdade é que há 6 anos atrás acabámos por nos envolver por quimica sexual, algo que sempre foramos fortíssimos... Só que eu... Gostava dele!
Voltei a lembrar-me da conversa telefónica que tivera com a Rute após poucos dias da minha chegada a NY... se eu o amava?! Continuava a não saber... A palavra "amo-te" nunca me saíra da boca forçada... Saíra sempre em momentos especiais e em momentos em que nem sequer conseguia entender que o íria proferir.. Saía... simplesmente, fluía para fora de mim... e com "ele" nunca acontecera.

"Cat, há muito tempo que não te via com um ar tão infeliz... Que se passa contigo querida?"
"Bom... estou a pensar em ir-me embora de NY..."
"Como?!" - Neste momento o Rui ficou pálido.... - "Este sempre fora o teu sonho!"
"Eu sei.. Mas quando cheguei aqui percebi que este sonho que eu sempre tive, era um sonho diferente do que o que eu estou a viver..."
"Mas não gostas do que fazes?"
"Gosto... mas... só agora é que percebi que não é assim que eu quero aqui estar.... " - o meu estado de ansiedade crescia abundantemente ao ritmo em que o rótulo da garrafa de àgua que eu tinha nas minhas mãos ficava totalmente destruído.
"Não estou a perceber.... Mas... Acho que deves ser feliz e se aqui não és, não fiques... És demasiado bonita para não sorrir a toda a hora." - Pois... e só "ele" é que me conseguia fazer sorrir.

Daí seguimos para Soho porque o Rui queria comprar as ultimas tendências de moda da Grande Maçã. Num desses momentos, aproveitei para telefonar a Pilar... Queria saber como é que ela estava relativamente ao John e queria aproveitar para sacar informações sobre "ele" e o seu comportamento:

"Ele está normal cariño... No me parece triste ou minimamente incomodado."
"Então mas falaste com ele sobre mim?"
"No..claro que no! Sabes que ele não me dá confiança suficiente para lhe perguntar alguma coisa, mas eu vejo que ele está bem..."
"Ahh..." - suspirei longamente, como se me espetassem agulhas por todo o corpo - "mas porque dizes que ele está bem?"
"Porque continua com uma excelente aparência, porque continua altamente concentrado no seu trabalho e porque o Chris veio aqui há pouco ao gabinete combinar uma saída qualquer entre eles hoje à noite e pelo que me apercebi no refeitório quando fui lanchar, até chicas dos alojamentos vão..."
Foi inevitável não deixar cair um par de lágrimas salgadas e quentes pela cara...
"Ok minha querida Pilar... Parece que então ele está mesmo bem.... Olha... queres vir jantar comigo e com o meu amigo hoje?"

Depois de acertarmos promenores para o jantar, quando desliguei o telefone percebi o porquê das minhas dúvidas... desde que o conhecia, faculdade, a nossa "pseudo-relação" de há 6 anos, agora... "ele" NUNCA me tinha dito o que era para ele... o que eu significava para ele... Eu sempre supus muita coisa, mas nunca tive certezas.... Nunca o ouvi dizer se eu era tudo ou se eu não era nada....

Foí aí que pensei na hipótese mais lógica de sempre... eu era tudo aquilo que "ele" idealizava numa mulher... Dava-lhe apoio, confiança... fazia-o sentir-se perfeito e para mim, só havia olhos para "ele"... fazia-o rir, sorrir... fazia-o sentir-se completamente à vontade para ser ele próprio, dava-lhe luta sexual, aumentando a quimica... era igual em tantas coisas, tinha tanta (ou mesmo tudo) coisa em comum.. Mas.. Não passava duma boa amiga! Aquela que tem tudo.. mas que não passa disso mesmo.. duma amiga! Amor por mim era algo que nunca ía haver dentro daquele peito definido. Sentei-me numa esplanada e chorei... compulsivamente, enquanto o Rui comprava fatos da Hugo Boss.

O jantar com a Pilar e com o Rui decorreu maravilhosamente... Notei um ligeiro flirt entre os dois o que me deixou bastante contente. Ambos eram 2 pessoas que eu gostava bastante e vê-los "vivos" deixava-me bastante aliviada. Embora quase me tenham forçado, não consegui acompanhá-los para o "The Temple", bar da moda em NY. Seguiram os 2 e eu caminhei a pé mais de 10 quarteirões até minha casa... Sei que foi um caminho de quase duas horas... Não parava de pensar "nele"... nos olhos raros, côr de mel com raios verdes, ténues, quase invisivéis que me hipnotizavam... Na voz envolvente, provocando um efeito mais quente que muitos cobertores... Nas mãos estranhas... mas com o gestuar mais bonito que alguma vez vi... Nos nós de gravata que lhe fiz, nas gargalhadas que demos juntos... Nos sorrisos cumplices e nas vezes que acabámos a frase um do outro.

Sábado era o último dia do Rui em NY... O seu vôo seria na madrugada de domingo às 5h da manhã. Tínhamos combinado jantar juntos, uma vez que ele ía aproveitar para almoçar com um amigo antigo que também trabalhava em NY numa empresa de meios de comunicação.
Tirei o dia para ter uma relação de amor com a minha cama, a minha manta polar, o meu chá e os meus DVD's românticos... Desde Love Actually a Moulin Rouge, o meu dia tinha sido altamente produtivo. O meu telemóvel continuava num voto de silêncio... e quando tocava, eu bem que tremia e o procurava rapidamente, mas... nunca era "ele"...

Acabei por adormecer e acordar já atrasada para o jantar de despedida do Rui... Íamos jantar ao Food Colection, um dos restaurantes da moda em NY. Quis proporcionar-lhe um jantar de despedida digno depois de ter estado comigo 5 dias.
Tomei banho rapidamente, estiquei o cabelo e maquilhei-me muito ao de leve... Um traço fino nos olhos, rímel e gloss... Decidi vestir-me bem, embonecar-me, não pelo Rui obviamente, mas por mim... Que estava a deixar-me perder na tristeza... tal como há 6 anos atrás. Usei um vestido preto e branco, um colar longo de pérolas e uns saltos proeminentes que quase me atraiçoavam quando desci as escadas da fachada da pensão para apanhar o táxi.

Cheguei 15 minutos atrasada... claro! No táxi procurei o meu telemóvel para lhe enviar um sms a avisar, mas tinha-o deixado em casa... Odeio andar a correr dum lado para outro, acabo sempre por me esquecer de alguma coisa. Fiquei breves segundos em pânico... e se "ele" me decidisse enviar sms nessa noite? Ou ligar-me?

Ao chegar ao restaurante, percebi que estávamos sentados na parte mais restrita do restaurante... confesso que senti um arrepio pela coluna... Aquela situação não era muito do meu agrado. Ao sentir o meu toque no seu ombro, o Rui levantou-se e cumprimentou-me duma forma que há muito tempo não fazia... Entrelaçou os seus dedos no meu cabelo atrás da nuca e olhou-me com desejo... exclamou "estás lindíssima, como sempre, aliás..." - Achei automaticamente que o jantar não ía correr bem.
A verdade é que em circunstâncias normais, íriamos acabar na cama naquela noite... ele era lindo, cativante, mas... eu não o amava! Aliás, nunca o tinha amado... E actualmente, tinha-lhe um carinho de amizade tão forte que toda aquela tentativa de flirt estava a deixar-me nauseada... e acabou por fazer com que a minha presença naquele jantar não durasse mais que 40 minutos...
"Vem comigo para Lisboa Catarina! Sabes que só vim aqui porque ainda te quero... A minha filha continua a perguntar por ti ao fim de 6 anos. És tu que quero ao meu lado... sabes que tens tudo se ficares comigo, até podes deixar de trabalhar se quiseres!"
Sorri... tristemente, desiludida...
"Foi um prazer conhecer-te Rui... acredita que sim! Mas... não é a ti que eu amo..." - e nesse momento... foi quando percebi que o amava... a "ele"... sim... eu amava-o!
Levantei-me, pedi o meu casaco ao empregado enquanto o Rui estava preso à cadeira... dei-lhe um beijo no lado direito da cara e despedi-me... "Boa viagem e até um dia meu querido!"

Saí do restaurante e comecei a gargalhar sozinha no meio da rua... Todos que passavam me olhavam e deviam pensar que eu estava bebeda, certamente! Sim...estava... bebeda de amor, de paixão, de fantasia, de certezas, de saudades...
Ía dizer-lhe... estava decidido... ía contar-lhe tudo o que sentia, mesmo que não fosse recíproco! Ía-lhe dizer-lhe que o amava, que o queria a meu lado, que queria que ele fosse o pai dos meus filhos, que queria lutar com ele, levantá-lo quando ele caísse, aplaudi-lo quando triunfasse... fazer-lhe torradas quando acordasse, afagá-lo no meu peito quando tivesse febre e engripado... queria-o simplesmente...ou totalmente!

Ao caminhar de regresso à minha pensão, mais uma vez a pé, decidi cortar caminho e passar por casa da Pilar..queria contar-lhe a minha decisão! Passei por um acidente... felizmente, não vi a pessoa em questão, mas apercebi-me que tivera sido um atropelamento e aparatoso... havia sangue no chão e restos de materiais dos bombeiros... compressas, gazes, tubos... Caminhei rápido sem olhar, sangue e eu não era a melhor combinação.

Pilar não estava em casa...não havia problema... continuei a sorrir e a caminhar pelas ruas.. Sentia-me livre, a flutuar.. finalmente percebi que o amava...

Quando cheguei, não liguei a mais nada a não ser à minha cama... deitei-me tal e qual como cheguei... Não me desmaquilhei, somente me descalcei... queria dormir, finalmente... ao fim duma semana sem dormir em condições... e amanhã, cedo queria ir a casa dele... Levaria pequeno-almoço e abriria o meu coração.... Adormeci automaticamente.

Umas horas mais tarde o meu telemóvel tocou... Dei um salto e procurei-o por toda a parte, pensando ser ele... Enquanto procurava, lembrei-me que ele talvez já tivesse ligado, mas que eu nem me tinha lembrado de verificar quando cheguei a casa... Era um número anónimo... Quando atendi, ouvi do outro lado:

“Estou sim? Estou a falar com a Catarina Gonçalves? É do NewYork-Presbyterian Hospital, lamento ligar-lhe mas ocorreu um acidente…"

Deixei cair o telefone... e tombei no chão do meu quarto...

O acidente que eu vira horas antes... era "ele".....

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Momentos!!

Há momentos que não sei o que me custa mais...
  • Fingir que estou bem... (quando na verdade não estou...)
  • Fingir que não tenho saudades de ser feliz...
  • Continuar a pensar em MERDAS que não fazem sentido nenhum!!
  • Não dar oportunidades a quem as merece...
  • Estar completamente fechada para obras...
  • Estar totalmente indiferente ao que se passa à minha volta...
Preciso de começar a trabalhar e o mais rápido possível....
Era suposto continuar a minha historia hoje, mesmo depois dos comments abusivos que por aqui se leram...

Mas um ataque de sinosite com direito a dor de cabeça insuportavel impede-me de o fazer...

Fiquem na expectativa minhas leitoras =) ahahah!

Ahh.. e estou magoada com vocês... nunca consegui tanto comment a um post meu...

Beijos, boa noite *

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Sonho - XII (through his eyes.....)


Era mais uma noite mal passada, mais uma apenas - pensei. Única diferença deste acordar para o anterior era a chuva que se ouvia lá fora. Facto este que pouco me animava, antes pelo contrário apenas vincava o estado de espírito que emergia em mim. Negro, frio, tempestuoso, nada amigável, sem tempo ou vontade para conversas, caras ou pessoas… bem esta ultima parte não era totalmente verdade.

Dei por mim novamente a pensar nela, “novamente ao acordar” disse como um sussurro, algo que caminha para se tornar banal. Aquela que seria a única pessoa ou o rosto que me faria sair da chuva.

O apartamento era relativamente pequeno, um quarto, cozinha, sala e uma casa de banho, com uma decoração minimalista, não por moda ou sentido estético, apenas porque tinha aprendido a evitar tralha que apenas complicava o momento de fazer as malas.

O relógio na mesa marcava agora 06:27, pouco mais de duas horas, desde a última vez que me lembrava de o ter visto antes de adormecer pela segunda ou terceira vez nesta noite. Sem grandes dúvidas o melhor a fazer era levantar, arrastar-me para o banho e aos poucos tomar o meu caminho. Foi o que fiz, desliguei o despertador, já não ia ser necessário, liguei o rádio num CD compilado para as manhãs mais difíceis, encaminhei-me para o duche, parando antes em frente ao espelho para confirmar… estava com um aspecto decaído, um farrapo seria a melhor descrição. Olheiras pretas carregadas em rosto pálido, barba por tratar, cabelo desgadelhado... “ Já te vamos por bom, homenzinho” disse piscando o olho para o rosto que se reflectia à minha frente, sentindo a música a fazer o seu efeito.
Depois do banho e de vestir ao seguir para a porta de saída decidi voltar atrás, confrontando agora o rosto que via, estava realmente um pouco melhor, as olheiras não se conseguiam disfarçar muito, nunca tinha conseguido ser um metrossexual assumido nem praticante por assim dizer, tomava atenção ao corpo mas não em demasia, apenas idas regulares ao ginásio. Cremes, grandes cuidados ou cosméticos não faziam parte do meu dia-a-dia.

Restava-me tomar um pequeno-almoço forte em açúcares e confiar que a imagem que transmitia era a de confiança, sofisticação, seguro e claro, de homem saudável sendo este um requisito óbvio aos olhos de clientes, chefes ou colegas. Afinal de contas a minha posição obrigava a um certo cuidado e brio, algo que me orgulhava de sempre manter desde o inicio de carreira.

A chuva não era muita e o frio debaixo do sobretudo não se fazia sentir em grande escala. Mas estava sem margem para dúvidas um dia cinzento.

Na viagem para o hotel tentava abstrair-me do motivo pelo qual tinha passado as ultimas duas noites em claro. Situação difícil mas ao chegar ao hotel tornou-se impossível.

Tinha chegado antes da hora, encontrava-me agora em frente ao hotel do outro lado da rua, olhando para o topo contemplando-o, era realmente um hotel imponente, notando-se traços e linhas, ainda que de enorme beleza já um pouco antigas, o que aliado a uma equipa envelhecida, (talvez este o principal motivo) tenha provocado um atraso em relação à concorrência que se tinha verificado.

“Necessita de sangue novo” - diziam, uma vez que uma restauração na fachada era mais dispendiosa. Para combater a situação para que caminhava tinham sido contratados novos chefes de departamento, novos em idade e no hotel, trazendo consigo ambição mas também créditos firmados.

Era sexta-feira, dia 6 de Novembro, não falava com ela á dois dias, pensamento este que acordou num impulso e me fez avançar com a esperança de hoje ser o dia em que voltaria a vê-la.

- “Não podemos ficar assim, sem dizer… sem resolver. Não desta vez”- repetia para mim enquanto me encaminhava para o nosso gabinete.

Tinha sido o primeiro a chegar, algo que não estranhei. O que era bom pois ir-me-ia dar tempo de trazer ao de cima a pose de profissional.

Chegou Pilar, com quem falava bem, abertamente e tinha alguma confiança, não fosse ela espanhola. Falávamos em castelhano principalmente, pois apesar do inglês não ser problema para nenhum, sempre treinava a fluência e o sotaque dizia para mim mesmo, como se precisasse, mas o maior motivo era também o maior gosto. Ouvi-la falar castelhano, fazia-me recordar o inicio da minha aventura fora de portas, todas as primeiras loucuras e os primeiros grandes desafios, Madrid.

Não toquei no assunto, se seriamos novamente só os dois naquela sala e algum assistente dos eventos a surgir por vezes. Mas a resposta foi surgindo com o passar dos minutos, e tornou-se obvio que os dias que o Sr. Park tinha dito que ela ia tirar não acabavam hoje. Restou-me então concentrar ao máximo para a reunião de negociação de novos contratos que tinha nessa manhã e com algum do trabalho que sobrava devido ao pessoal a menos nos eventos.

Como no dia anterior a sensação de falta de algo desapareceu, tinha-me focado totalmente em fazer aquilo que gostava, que o dia tinha passado como diz o cliché a voar, sem que voltasse a pensar nela.

Nos transportes de volta a casa retirei a foto que tinha sempre comigo na carteira, para me ajudar a decidir e a reflectir, mas a verdade é que em todas as ocasiões a pequena fotografia fazia-me decidir com o coração, era a altura em que a razão deixava de entrar na equação e perdia a compostura, deixando cair as barreiras para outras guerras assim como caiam-me as lágrimas pelo rosto…

Boa decisão não poderia vir de um homem sentado no metro com um fato caro, uma fotografia na mão, de sorriso aberto e lágrimas a caírem-lhe pelo rosto como cai a uma criança que deixa cair o chupa ao chão.

Podia não ser a melhor decisão, mas alguma teria que ser tomada.

“Espero mais um dia. Sábado é o dia. Se amanhã não tiver uma resposta…” O plano estava traçado, em breves segundos tinha tomado uma das decisões mais importantes dos últimos tempos…

Ir á luta ou deixar ir… Nessa noite iria a sua casa, levaria comigo o jantar, e o resto teria que esperar para ver, não sabia o que esperar da sua reacção ou discurso, por isso não tinha como me preparar.

A noite de sexta para minha surpresa tinha acabado por se revelar bem mais agradável do que tinha esperado. Continuava sem ter notícias dela mas tinha programa, saída com uns colegas do hotel, dois ou três com quem era normal ter conversas no refeitório. Não contava demorar muito, uma simples ida a um bar, iria evitar entrar em frustrações em mais uma noite mal dormida.

Ponto de encontro era no tal bar, bastante animado e bem frequentado. Tinham acabado por aparecer seis colegas. Duas ou três bebidas mais tarde e uma conversa insinuativa junto ao bar por parte da Meredith, uma jovem rapariga dos alojamentos, em que educadamente declinei os seus convites, decidi que a noite terminava para mim. Despedi-me, tomei o meu caminho e sem grandes demoras estava a dormir.

A chuva tinha sido uma constante nestes dois dias, faltava um sol pelo menos, pensava ao acordar… Mas desta vez não a acompanhava o meu estado de espírito. Estava animado, menos confuso, já tinha chegado à minha decisão, o que tinha sido um factor crucial para o descanso da noite anterior. Por essa mesma razão o dia de sábado foi banal, pelo que me guardava para a noite.

Encontrava-me a poucos metros da sua porta a pagar o táxi agarrando o nosso jantar numa mão quando de relance observo-a a sair, descendo as escadas e caminhando para a rua num passo apressado tendo em conta os saltos que empregava. Fiquei a vê-la chamar um táxi em que entrou e seguiu o seu caminho, sem reacção enquanto o taxista falava comigo, “siga aquele táxi” disse-lhe apontando para o carro onde seguia a Catarina, não evitando um pequeno sorriso ao pensar na situação caricata em que me encontrava, tirada de um filme sem dúvida.

Não eram muitas as ideias que me passavam pela mente, onde poderia estar a ir, e para que? A direcção que seguíamos era a baixa, o tempo passava e ia ficando aos poucos mais nervoso, agitado. Parando junto a um restaurante elegante e com fama de certo requinte. Desta vez bombardeei-me com novas questões, “porquê vai ela jantar aqui? Sozinha?” enquanto ela se encaminhava para entrar. Paguei novamente e saí do táxi, deixando no seu interior o saco com a comida, afinal não servia de nada, era obvio que já não íamos jantar em sua casa.

Aproximei-me da entrada procurando observar os seus movimentos pela janela, mas ela dirigia-se para o fundo, zona mais privada pensei… e num ápice, estava a entrar porta adentro, tentando evitar o “host” enquanto este me perguntava se tinha reserva ou se vinha ter com alguém. Foram apenas precisos alguns passos, dados a custo tentando sempre desviar do anfitrião e sem chamar á atenção dos que nos rodeavam para a voltar a ter em vista, encontrava-se agora a chegar a uma mesa com um cavalheiro sentado de costas para a entrada que se levanta ao sentir o seu toque no ombro, a forma como se cumprimentaram era mais intima que apenas dois amigos…

Sem sentir qualquer emoção na minha voz ou no tom sussurrado apesar do latejar que sentia bem vivo pedi desculpas e comecei muito ligeiramente a conduzir-me para a saída, enquanto continuava com o olhar focado na mesma direcção e via-a despir o seu casaco entregando-o a um outro empregado que o levou. Era como uma cena violenta ou sanguinária de um filme, em que se quer deixar de olhar mas o vício era mais forte. Por mais longe que estivesse conseguia conhecer o seu rosto, ver cada linha, cada traço da mesma maneira que uma mãe conhece o seu filho e sente algo poderoso dentro dela no instante em que lhe entregam o seu filho e esta o sente nos seus braços pela primeira vez depois do parto. Estava de cabelo solto, ligeiramente maquilhada com os olhos brilhantes a condizer com os seus lábios, um vestido simples combinando o preto e o branco sobressaindo a sua beleza, com um colar sobre o seu peito.

“Se não tem reserva tem que sair! Não me obrigue a chamar a polícia!” dizia o empregado, mal sabendo que eu não o escutava, estava noutra dimensão, noutro tempo e espaço apenas admirando e observando-a.

“Eu saio, não se preocupe. Desculpe”

“Então vá, siga o seu caminho.”

Virei costas, pegando de seguida no meu telemóvel e marcando o número dela.

Chamou uma primeira vez, uma segunda vez enquanto caminhava pelas ruas sem direcção alguma, o meu interior apenas me mandava afastar daquele local, o subconsciente mandava-me proteger para não me magoar, mas já não era possível. Então era isto que ela andava a fazer os últimos dias? De onde tinha vindo aquele homem? Tinha jogado comigo ela? A cada pergunta nova que formulava a mim mesmo sentia raiva a crescer dentro de mim. Decepção, dúvida, tristeza e mágoa eram mais alguns dos sentimentos que estavam a vir ao de cima, que me arrepiavam a espinha, e me faziam tremer. Sentia o meu mundo a ruir, teriam sido aqueles dias mentira?

A chamada acabou por ir para o voicemail e foi aí que voltei dos meus mais sombrios pensamentos dando conta que não sabia o que dizer.

“Sou eu Catarina” – comecei por dizer. “Vi-te agora no restaurante…acompanhada. Não sei quando vais ouvir isto, nem sei porque te estou a ligar ou que dizer… és uma mulher livre mas precisava falar contigo e se neste momento não me atendes não tenho outro meio para te dizer o que penso.” - Notava mais confiança na minha voz, já eu próprio a conseguia ouvir sobre os sons da rua, e não tinha tantas pausas.

“Claro que gostava de saber o teu lado, gostava imenso de saber o teu lado, porque acredita fiquei sem saber o que se passa, o que temos… É difícil saber o que te vai na cabeça, alias, ganhas-te. Pensei que estávamos os dois no mesmo nível... os dois perdidos um pelo outro… estes dias que foram para ti?”

Será que o tremer da minha voz se notaria na chamada? Não queria dar parte fraca, tentei me controlar e recuperar o controlo daquilo que dizia e sentia dentro de mim. Evitar a todo o custo que a lágrima que me escorria pelo rosto tivesse a companhia de mais… “Vais dizer que estes dias não tiveram significado? Quem é aquele homem? Esquece, não tenho nada que perguntar… Alias, tenho sim! Sou aquele que dormiu contigo à 5 dias, aquele com quem tens passado os teus dias… aquele que te adora…e precisa de ti para ser feliz. Era isto que te ia dizer hoje, sem rodeios, nem falsos sentimentos."

Sentia que já não era apenas uma lágrima que me caía pelo rosto, e se se notava na chamada? Azar, pensei eu. Caminhava agora num passo mais rápido como se a velocidade soltasse os sentimentos que me faziam sofrer.

“Sou aquele que se apaixonou por ti, vais dizer que foi um jogo…?” O discurso começa a sair-me naturalmente, não pensava no que dizia, apenas disparava as palavras. Sentindo a pressão a desaparecer sobre mim. “Ontem dei por mim a pensar em ti… Melhor, em nós, sim, em nós porque estou decidido a deixar de estar sozinho, e também não quero esconde-lo apenas quero ser feliz, e é de ti que preciso para isso. Não fujas uma vez mais, não te vou deixar escapar pelos dedos como se fosses o vento… Não desta vez! É isso… é isto que tenho para te dizer. Pessoalmente.”

Fez-se luz, era isto que queria dizer. “Só agora vi...” disse parando de caminhar, caindo em mim… ”amo-te… Eu amo-te” - E dei por mim olhando em redor para reconhecer onde estava com o intuito de voltar para trás pelo mesmo caminho, para os seus braços. De lhe dizer tudo isto pessoal, para nem que fosse só ver como reagiria. Tinha que tentar… Num impulso segui os meus instintos e caminhei na direcção oposta à que tomava á breves momentos…



Ouviu-se um barulho agudo, forte, penetrante em todos os que o rodeavam, mas senti-o bem perto de mim, alguém gritou em plenos pulmões seguindo-se de um novo barulho, desta vez uma pancada seca, oca mas ainda mais forte que o anterior… E apenas silencio depois.

O seu telefone apenas voltaria a tocar na manhã seguinte para se ouvir: “Estou sim? Estou a falar com a Catarina Gonçalves? É do NewYork-Presbyterian Hospital, lamento ligar-lhe mas ocorreu um acidente…




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Sonho - XI

Nesse dia, umas horas mais tarde o Rui ligou-me:
"Cat, que se passa contigo querida?!" - "Preciso de ti... simplesmente! Preciso dum amigo, preciso dum ombro, dum apoio..."

Não... eu precisava dele porque sabia que ao mesmo fim deste tempo ele continuava a olhar para mim como a "mulher" que ele queria ao seu lado, para o acompanhar em tudo o que fazia. Não sei explicar porquê mas achei que essa seria a melhor solução para perceber o que se estava a passar comigo! Ele poderia ajudar-me a desvendar o que ía dentro de mim e certamente que me faria abstraír por uns dias em NY...e eu precisava disso.

"O único problema é que só consigo meter uns diazinhos para a próxima semana e no máximo consigo ficar aí 4 dias, 5 talvez.. mas já com muita sorte!"
"Não te preocupes... nem que fosse somente uma tarde, eu já ficava feliz..."
"Querida... eu vou ter contigo, dê por onde der, não te preocupes. Assim que tiver tudo tratado relativamente ao bilhete, eu aviso-te. Um beijo, toma conta de ti."

Quando desliguei o telefone, a Pilar ligou-me e desafiou-me para ir comer uma fatia de tarte e beber um chá. Combinámos que nos encontraríamos daí a uma hora à porta do Pie Lounge, conhecido café com variado número de tartes deliciosas que muitas vezes valiam mais do que um abraço... Aquele sim, era um verdadeiro conforto!

Passada uma hora encontrámo-nos à porta do café... Acabavámos de entrar no mês de Novembro, a noite começava a gelar as maçãs do rosto e os nós dos dedos. Cheirava a frio, a Natal, a sonhos de abóbora da minha avó...
Quando vi a Pilar, sem lhe dirigir a palavra, abracei-a como se estivesse a abraçar uma das minhas melhores amigas... Nela revi qualquer uma delas naquele momento... era como se as tivesse ido buscar todas a casa e fossemos beber um copo ao Bairro Alto ou a qualquer barzinho calmo e simpático de Lisboa, onde eu pudesse chorar, falar e gargalhar ao contar tudo o que ía dentro de mim e se estava a passar. Pilar, levantou uma sobrancelha e balbuciou:
"Hoy Tía, me vas dizer tudo que se passa entre ti e ele..." - e assim foi... bebemos mais de um litro de chá cada uma e devorámos 3 fatias de tarte cada uma... Nessa noite não houve remorosos com calorias, com kilos a mais e pneus provocados por tartes calóricas... Nessa noite fomos melhores amigas, sozinhas a milhares de kilómetros de casa, amparámo-nos, apoiámo-nos, chorámos e sorrimos juntas.
Quando lhe contei que "ele" era o homem da minha vida, para ela não foi espanto nenhum... ela sempre soubera. Disse-me que nos apanhou a ambos, em alturas distintas perdidos a admirar o outro... ora a sorrir, ora de semblante triste e saudosista. Disse-me ainda que era notório que havia muita coisa a ser esclarecida entre nós, mesmo depois de termos passado a noite juntos. Isso sabia eu... não sabia era por onde começar!
Pilar confidenciou-me que ía deixar de se encontrar com o seu amigo John... Assumiu-me que se tinha apaixonado e que quando lhe disse, ele simplesmente lhe respondera que não estava preparado para assentar.. Talvez um dia, mas não agora. Conheço essa sensação...

Quando regressei ao meu quarto que me parecia cada vez mais sufocante, ao tirar o telemóvel da mala vi que tinha 3 mensagens... Uma do Rui a confirmar que conseguira arranjar dias mais cedo e que chegaria daí a 2 dias e duas "dele".... uma a perguntar se eu estava bem e outra, já mais tarde, a perguntar o que é que se passava comigo, porquê tanto silêncio... respondi somente "estou bem... quando me sentir preparada, falamos. Beijos".

Nesse momento o meu coração rebentou... Era difícil mentir-lhe, dizer-lhe que estava bem... Mas neste momento não podia tê-lo por perto, precisava de me orientar e perceber o que queria. Podia estar a cometer o meu maior erro de sempre pois nada me garantia do que ele poderia querer também... Ele podia querer algo totalmente distinto de mim, fosse positivo ou negativo. Presumi que deixá-lo na indiferença não era própriamente agradável e que por respeito a tudo o que passámos juntos, não só agora como no passado, mas eu neste momento não conseguia... Precisava de tempo, espaço e lufadas de ar fresco sentimentais e racionais.
Falar com ele ou vê-lo... senti-lo a meu lado, cheirá-lo... Nada ía ajudar...

Como me deitei na cama, nem me recordo... estava tão obcecada em arranjar soluções que nem sei como adormeci, como me despi, desmaquilhei... Caí na cama e por ali fiquei o dia seguinte. Levantei-me para receber uma pizza... Nada mais... Tinha de estar em luto sentimental umas horas para poder recompôr-me para ir buscar o Rui no dia seguinte ao aeroporto.

Na manhã seguinte, consegui acordar com uma cara decente... Nada de olheiras, nem borbulhas... algo miraculoso, depois do bem que me tinha alimentado nos ultimos 2 dias!
Vesti uns jeans e uma camisola de lã azul escura... Uma ligeira maquilhagem, uma boina, botas e mala cinzentas... Táxi até ao aeroporto!! Acho que foi a primeira vez que sorri sozinha nestes ultimos dias... Era quarta feira e o Rui ía ficar até domingo... perfeito, conseguimos conciliar os dias em que eu não iria trabalhar.

Quando cheguei ao aeroporto, o voo Tap 7328 já tinha aterrado e já estava a despachar bagagens... Foi curioso porque comecei a ficar com formigueiro nas pernas ao imaginar que ía voltar a vê-lo e a estar com ele. A última vez que estivémos juntos tinha sido há 3 anos... Irónico! Continuámos a falar assiduamente, quase que diariamente... Mas nunca conseguíamos conciliar férias, dias livres... Ou melhor... Não o quisémos fazer, seria difícil para ele e para mim, por fazê-lo sofrer com mais uma partida.

Eis que ele sai da porta de chegadas... parecia-me ainda mais bonito do que há 3 anos atrás... Camisa branca (esse meu grande calcanhar de Aquiles), jeans, sobretudo preto de gola alta e aqueles olhos azuis... Enquanto ele acelarava o passo com um riso nervoso, eu ria de forma míuda enquanto me comovia e os olhos se enchiam de lágrimas. Nem sei se ele posou a mala, se a mandou de qualquer jeito... Dei o abraço mais longo e apertado da minha vida... O cheiro dele, as mãos, uma nas costas, outra na nuca...era o Rui de sempre... comigo em NY.

Afastei-me do abraço longo e disse baixinho:

"Vem comigo... Vamos voltar a conhecer-nos nos próximos dias!"


terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Sonho - X

"Bom dia..." - disse eu a medo quando entrei no gabinete. Não sabia como havia de reagir... com ele, comigo e com o que se havia passado naquela noite.
Na manhã em que acordámos lado a lado senti-me completamente oca... Se por um lado tinha acontecido o que eu mais queria, por outro... Pela primeira vez "ele" não havia conseguido fazer-me sentir completa. O sorriso dele matinal, o ar doce e protector com que me olhou, a forma como me mimou não foram suficientes para me deixar de sorriso congelado nos lábios... o que me deixava bastante confusa!

"Bom dia" - respondeu ele sem me olhar... ele sempre fora mestre em disfarçar as coisas e mais uma vez mantinha-se igual.

O curioso é que eu não conseguía sentir-me bem com tudo o que se tinha passado e estava a começar a sufocar por nem sequer me entender a mim própria... Então não tinha sido isto que eu tinha desejado não só desde que o revi em NY, mas nos últimos 6 anos em que nem sequer sabia onde ele estava? Voltar a estar com ele? Sentir que ele ainda me podia desejar?

Levantei-me e dirigi-me ao gabinete do Sr. Park... precisava de lhe pedir 2 dias de férias. Podia ser absurdo, mas conseguia falar com aquele homem terno como se fosse o meu pai e assim que ele me perguntou se eu estava bem, foi inevitável desmanchar toda a minha armadura e começar a chorar compulsivamente tipo criança em frente a ele. Paternal como sempre, ouviu-me (embora não lhe tenha dado qualquer promenor da minha vida) e concordou em dar-me aquela semana de férias... Segundo ele, era melhor uma pessoa restablecer-se do que estar no trabalho sem qualquer condição para tal.

Voltei ao gabinete, peguei na minha mala e disse "Até amanhã!" sem sequer me explicar... Pilar questionou-me o que se passava, se eu estava bem ao qual eu respondi que não, mas que não era motivo de preocupação. Pelo canto do olho pude ver que quando aquele "não" redondo saíu da minha boca, "ele" arregalou os olhos côr de mel e olhou para mim, como quem esperava uma explicação...

Pela primeira vez, estava sozinha e angustiada em NY... na cidade dos sonhos, do meu em especial... Na cidade que me estava a oferecer tudo aquilo que eu sonhara durante tantos anos... Caminhei durante horas por aquelas ruas escuras e sujas, com cartazes iluminados que encadeavam e magoavam os olhos... Vi crianças a brincar em becos, junto a lixo, a seringas usadas e vidros partidos, vi idosos, ex-combatentes a rir, sentados em vãos de escada a relembrar antigas histórias de momentos perigosos e inesqueciveis das suas vidas... mães solteiras, a correr dum emprego para outro, casais apaixonados que sonham com a felicidade eterna.... e percebi que ali não era o meu lugar... Era somente o meu sítio de passagem!

Fui para junto do rio e sentei-me numa das margens, a apreciar aquela cidade com que sonhei tanta vez... começou a chuviscar e lembrei-me do Rui... O Rui tinha sido o meu último namorado, se é que posso chamar-lhe assim..
Basicamente, foi o único homem que deixei que partilhasse comigo um pouco da minha vida durante os últimos seis anos. Estivémos juntos quase um ano, pouco depois de ter acabado a faculdade. Ele era o homem com que qualquer mulher sonhava mas que era quase impossível de alcançar devido não só à sua beleza, como a tudo o que ele representava na sociedade... Bem sucedido, cheio de contactos, rodeado de mulheres bonitas... este era o Rui... juntando o promenor impensável de que ele foi o meu primeiro chefe!
Até ele assumir que sentia algo por mim foi um processo longo... Homem mais velho, com uma filha e com uma posição profissional que lhe podia causar problemas no caso de relacionamento com uma subordinada. Quando essa conversa aconteceu, eu nem sabia muito bem como reagir uma vez que já tinha fantasiado com ele, mas além de mim, todo o departamento o tinha feito.. o homem era lindo!
Desde essa conversa até ao primeiro jantar foi outro processo complicado... à última da hora, ele desmarcava sempre... havia sempre um imprevisto qualquer. Foi quando comecei a ficar farta deste jogo que ele ganhou coragem e marcou então um jantar, em sua casa. Além de ter cozinhado para mim, fez-me sorrir e acabou a noite a dançar comigo na sala, só com a luz da rua a entrar pela janela.

Foi fácil manter uma relação com ele durante 1 ano... sempre me apoiou e motivou, sempre acreditou em mim e sempre me pôs num pedestal, mas quando saí de Portugal achei que não era justo continuar uma relação com uma pessoa que dava tanto de si para receber tão pouco em troca.
Continuámos sempre a falar, amigos e confidentes. Contei-lhe sobre "ele"... e contei-lhe que "ele" estava em NY comigo e mais uma vez, o Rui tinha me ouvido e aconselhado... Tinha saudades dele e de estar com ele....

Peguei no telemóvel e enviei-lhe uma mensagem... "Preciso de ti, sinto a tua falta... Não me queres vir visitar?!"

E se for verdade?!

Será que algum dia me voltarei a apaixonar e a ter vontade de me entregar totalmente?


E se eu não voltar a ter força para lutar por alguém?


Será que posso deixar escapar quem realmente me merece?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dividida....

Tenho pensado bastante ultimamente numa espécie de dilema... Estou solteira há quase 9 meses e sinceramente, não sei dizer se é bom ou se é mau....

A verdade é que pouco depois de me ter "divorciado" me voltei a apaixonar.. toda a gente sabe! E também toda a gente sabe que não foi uma paixão leve nem fácil de esquecer... e continua a não ser fácil, ainda para mais quando o vejo em alturas que não é suposto.. como hoje!!!

Seja como fôr, não sei dizer se estou bem ou mal por estar solteira... Ontem uma pessoa disse-me algo do género:
"Quando estás sozinha é quando estás melhor.. divertes-te mais, conheces-te melhor e disfrutas muito mais da vida"
Sim.. é verdade, tenho tido uma vidinha que não me arrependo nem posso queixar! Teho sido feliz... uns dias mais, outros menos.. Mas a verdade é que mal ou bem tenho estado bem, pelo menos....

Mas há alturas que bate um vazio... a falta da cumplicidade, da amizade, do companheirismo... daquele olhar de quem nos conhece bem, daquela facilidade em nos fazer soltar uma gargalhada ou nos aquecer a alma só com um abraço...

E nas duas últimas semanas tenho sentido muita essa falta... de ter alguém que se preocupe, que procure me pôr bem, que me abrace até adormecer, que me limpe as lágrimas e que me compre pipocas no cinema porque sabe que eu adoro!

Por outro lado... o facto de continuar a fazer o que quero, quando quero e com quem quero alimenta-me a alma e o ego...

Coisas difíceis de decifrar do nosso cérebro...